CURSOS, CONVIDADOS E FILMES

A 2ª REAU realiza mais dois encontros com grandes profissionais do cinema nacional. Na berlinda, as Narrativas Documentais e as semelhanças e diferenças de procedimentos na Direção de Longas-Metragens e Séries de Televisão.

Todas as atividades serão realizadas no CCUFG - Praça Universitária

Para participar inscreva-se nos cursos que desejar, todos eles são inteiramente gratuitos, porém com vagas limitadas.

 

 
 

Narrativas Documentais, com Cristiano Burlan

11/09, 19h - Exibição do longa-metragem ELEGIA DE UM CRIME, seguida de conversa com o diretor

12/09, 14 às 20h:  Sequência do curso

O cinema como meio de expressão é uma arte embrionária, contando com pouco mais de cem anos de história. As possibilidades técnicas e estilísticas são inúmeras e muitos caminhos a se percorrer. No século XX, o cinema passou por várias transformações e revoluções que estimularam o surgimento de movimentos que reinventaram a forma e o fazer cinematográfico. Essas mudanças não foram somente estéticas, elas estavam diretamente  ligadas aos  meios  de produção  e  ao advento  de  novas tecnologias. Vivemos um momento em que existe uma democratização dos meios de produção a partir do formato digital, o que possibilitou o surgimento de uma nova geração de documentaristas e uma nova forma de fazer filmes. Documentários baratos, urgentes, pessoais e sem apoios institucionais, que nos remetem a um momento potente do cinema latino-americano, em que a falta de recursos estava diretamente ligada a sua estética, o que não significava a realização de filmes menores. Mas, afinal, existe uma situação ideal para se criar?  Através da perspectiva da direção e produção independentes, Cristiano Burlan propõe uma reflexão sobre os meios e modos de produção e realização do documentário no Brasil, buscando compreender se existe uma distinção entre documentário e ficção. Através da experiência com a "Trilogia do Luto", composta pelos filmes Mataram meu irmão, Elegia de um crime e Construção, Cristiano abordará as possibilidades de realizar filmes autobiográficos, em primeira pessoa, que propõem diálogos sobre a violência na periferia através de problemáticas pessoais.

Cristiano Burlan

Cristiano Burlan nasceu em Porto Alegre. É diretor de cinema e teatro e professor. Sua filmografia contém mais de 20 filmes, entre ficções e documentários. Realizou a Tetralogia em Preto e Branco composta por quatro longas-metragens sobre a cidade de São Paulo: Sinfonia De Um Homem Só, Amador, Hamlet e Fome (premiado no último Festival de Brasília do Cinema Brasileiro). Seu documentário Mataram meu irmão (2013) foi o vencedor do É Tudo Verdade 2013, angariando os prêmios de Melhor Filme do Júri Oficial e da Crítica, do 4º Festival SESC de Melhores Filmes como Melhor Documentário do Ano e do Prêmio do Governador do Estado de São Paulo como Melhor Filme. Em 2016, escreveu o roteiro do longa-metragem A mãe, que foi selecionado para o 7º Brasil CineMundi – International Coproduction Meeting e ganhou o prêmio de co-produção internacional para participar do Cinélatino, Rencontres de Toulouse – FRANCE. Em 2018, lançou seu último longa-metragem de ficção que dirigiu e roteirizou, Antes do Fim, uma co-produção com o Canal Brasil que tem como protagonistas Helena Ignez e Jean-Claude Bernardet. No mesmo ano, estreou no Festival É Tudo Verdade, em competição, o documentário Elegia de um crime sobre o assassinato de sua mãe. O filme encerra a "Trilogia do Luto", composta também pelos filmes Construção e Mataram meu irmão.

Elegia de um Crime (2019 / 1h 32min / Documentário)

Em fevereiro de 2011, a mãe do diretor Cristiano Burlan foi assassinada em Uberlândia pelo parceiro. Isabel Burlan da Silva teve sua trajetória marcada pela violência e pela pobreza, assim como todo o resto da família. Este é o terceiro filme da série "Trilogia do Luto", os anteriores abordavam a morte do pai e do irmão de Burlan. Aqui, ele busca reconstruir a imagem e a vida da mãe.

Vencedor dos prêmios ABD-SP (Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-Metragistas), EDT (Associação dos Profissionais de Edição Audiovisual) e do 23º Festival É Tudo Verdade, Elegia de um Crime encerra a “trilogia do luto” realizada pelo cineasta.


 

Direção de Longas-Metragens e Séries de Televisão: semelhanças e diferenças de procedimentos, com Aly Muritiba

13/09, 19h - Exibição do longa-metragem FERRUGEM, seguida de conversa com o diretor

14/09, 14 às 20h:  Sequência do curso 

Afinal, quais são as atribuições de um diretor na realização de produções ficcionais no audiovisual?Como funciona a relação entre um diretor e o diretor geral de uma série de televisão?Existe liberdade criativa e de escolha na direção de uma série de ficção?Como se dá a relação entre o diretor, os roteiristas e o canal na realização de uma série? 

Essas e outras questões serão debatidas pelo diretor Aly Muritiba, que nos últimos anos vem trabalhando em filmes de longa-metragem e séries de ficção, como Para minha amada morta (longa- prêmio no Global Filmmaking Award do Sundance Institut-2013), A Gente (longa - vencedor do DOK Leipzig 2013), além de O Hipnotizador – S2 (série - HBO) e Nóis por Nóis (série - TV Brasil), da qual também é roteirista. Ferrugem, seu segundo longa-metragem de ficção fez a première mundial no Festival de Sundance, em 2018.

Aly Muritiba

Roteirista, produtor e diretor cinematográfico, Aly Muritiba já dirigiu 9 curtas-metragens, um documentário de longa-metragem, três longas de ficção e quatro séries para TV, com os quais já conquistou mais de 150 prêmios em festivais de cinema. Suas principais realizações são os curtas A Fábrica (vencedor de mais 60 prêmios em festivais nacionais e internacionais, nominado ao OSCAR 2013), Pátio (vencedor do É Tudo Verdade, e selecionado para a Semana da Crítica do Festival de Cannes), A Gente (longa vencedor do DOK Leipzig 2013) e Tarântula (curta selecionado no Festival de Veneza em 2015). Seu primeiro longa-metragem de ficção Para minha amada morta ganhou o Global Filmmaking Award do Sundance Institut em 2013 e em 2015 levou 7 prêmios no Festival de Brasília, incluindo o de melhor diretor, além de ter estado em festivais como San Sebastian, Amiens Int’l FF, e Havana. Em 2016 Aly dirigiu as séries de ficção O Hipnotizador – S2 (HBO) e Nóis por Nóis (TV Brasil), da qual também é roteirista. Ferrugem, seu segundo longa-metragem de ficção, fez a première mundial no Festival de Sundance em 2018. O roteiro de Barba Ensopada de Sangue, assinado pelo realizador, participou do Torino Film Lab e tem filmagem prevista para junho de 2019. Em 2018 Muritiba escreveu e dirigiu episódios da 2ª temporada da série Carcereiros (Rede Globo); também colabora nos roteiros e co-dirige, com Sérgio Machado, os 8 episódios da série Os Irmãos Freitas (SPACE). Atualmente se prepara para realizar, ao lado de Pedro Morelli, a série A Facção (Netflix).

Ferrugem (Brasil, 2018, Ficção, 105 min)

A adolescente Tati adora compartilhar sua vida nas redes sociais. Mas ela precisa amadurecer e lidar com as consequências, depois que algo que ela não queria que se tornasse público é divulgado no grupo do WhatsApp de sua turma de colégio.

Crime e castigo, excesso e punição. Os temas clássicos são os caminhos escolhidos por Aly Muritiba em seu segundo longa de ficção, depois de estrear com força em "Para Minha Amada Morta". - Folha de São Paulo